Transfiguração

Dia de Todos os Santos

No dia 1 de novembro a Igreja comemora todos aqueles que viveram em amizade com Deus no seu caminhar terreno e, por isso, entraram na sua glória. Alguns santos são elevados aos altares como modelos de virtude e de amor a Deus. Mas muitos outros deixaram dia após dia uma marca de santidade que talvez tenha passado despercebida aos olhos humanos, mas que nunca escapa ao olhar atento e amoroso de Deus.

Ao celebrar neste dia as bem-aventuradas almas da Igreja triunfante, que contemplam sem cessar a face de Deus, somos apresentados não só a poderosos intercessores no céu, mas também a modelos de imitação. Pois a santidade é um chamado para todos os cristãos, independentemente do estado de vida em que se encontrem. “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai Celeste é santo” (Mt 5,48). Por vezes não conseguimos compreender de fato como alcançar essa santidade, até achamos que a santidade é algo distante de nossos olhos, e para alcançar precisamos fazer algo de extraordinário.

Por esta razão, a Igreja nos lembra que a santidade é algo simples. E para simplificar podemos trazer a seguinte expressão do cotidiano popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. A santidade não e algo do dia para a noite, mas é esse gotejar de bem dia a pós dia, nas coisas mais triviais do dia, nos momentos mais corriqueiros como por exemplo: um olhar atento de uma mãe a necessidade de um filho que chora, o pai em prontidão para suprir e proteger sua família, o empregado que honra o seu dever em seu trabalho, o jovem que faz seu estudo com seriedade. A santidade está na singularidade do dia.

São Josemaria Escriva nos lembra que “A santidade é para todos e não só para uns quantos privilegiados: não consiste em realizar coisas extraordinárias, mas em cumprir, com amor, os pequenos deveres de cada dia. Queres de verdade ser santo? Cumpre o pequeno dever de cada momento: faz o que deves e está no que fazes. A santidade “grande” consiste em cumprir os “deveres pequenos” de cada instante.”

Por isso, que é uma alegria pensar em todos os Santos do Céu! Eles eram como nós: com os mesmos problemas e dificuldades, com as mesmas esperanças e fraquezas semelhantes. Se permitirmos que Deus atue nas nossas vidas como eles, se formos fiéis, poderemos ouvir no final das nossas vidas, dos lábios do Senhor, estas palavras consoladoras: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo” (Mt 25, 34). Às vezes podemos imaginar que são poucos os que fazem parte desse Reino. No entanto há uma multidão que louva o Senhor sem cessar, há muitos irmãos nossos, muitos amigos, parentes, pessoas comuns de santidade discreta, simples, uma santidade sem brilho humano, que parece não deixar rastro na história, mas que, contudo, brilha diante do Senhor e deixa no mundo uma sementeira de Amor da qual não se perde nada.

Por isso, recordamos que é possível ser santos e eu convido você a voltar hoje o seu coração para o Senhor e dizer: “Senhor Deus, nós te pedimos em nome de Jesus e pelos méritos de todos os Santos, a graça de também sermos fiéis até o fim. Amém.”

Katiani Marques – Consagrada.

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