Transfiguração

Mistério da Transfiguração

“Muitos querem servir ao Senhor no Tabor e bem poucos no Calvário” (Breviário da Confiança – Ascânio Brandão).

O que precisa ser compreendido por nós cristãos, é que o episódio da transfiguração está diretamente ligado ao do Calvário, e isso precisa ser para todos e cada um de nós esclarecedor no que diz respeito a minha forma de servir a Deus, na fidelidade e no compromisso com Deus, com o outro e comigo.

Na transfiguração aparece Jesus ao centro, Elias e Moisés um a cada lado. Jesus aquele que entrega a sua vida em resgate da nossa… Elias ao seu lado representa a profecia, o profetismo a palavra a promessa… Moisés na outra extremidade nos traz a representação da Lei na sua plenitude. Com isso estamos no cenário onde tudo é favorável, porém, não podemos incorrer no risco de nos acomodar a ponto de pretender ficar acampado no “TABOR”.

Quem nunca quis permanecer no lugar onde viveu sua mais profunda experiência de Deus? Ou quem de nós nunca ouviu a frase “Essa missa durou duas horas, mas eu ficaria ali a noite toda ouvindo?”

Em contrapartida o cenário do calvário nos incomoda, pois em nossa pequenez não compreendemos que se trata da mesma cena do Tabor: ou seja, Jesus ao centro dois malfeitores sendo também um de cada lado, e aqui não comparo os malfeitores a Moisés e a Elias, mais sim ao que cada um representa. Em um dos lados de Jesus um malfeitor que se arrepende e vive ali, já ali no calvário a experiência da promessa, do profetismo, da profecia e do cumprimento da palavra: “Aquele que crê em mim, ainda que morto Viverá…” (Jo. 11, 25) (Lc. 23,43).

Do outro lado, o outro malfeitor que escolheu sofrer os rigores da lei, primeiramente dos homens ao cometer o delito que o levou a tal castigo, a cruz. Ao não se arrepender e o que é pior, zombar de Cristo, ao dizer: “Não és tu o Messias, Salva a ti mesmo e a nós.” (Lc. 23, 39b). Esse segundo é ainda pior pois o fez escolher perder o céu e merecer o castigo eterno.

Portanto, para viver o mistério da transfiguração não podemos deixar de lado o calvário, pois, ambos são o mesmo, transfigurar é viver a experiência da glória de Deus. E vencer a cruz do calvário é pela fidelidade e obediência, é a certeza de glória que Cristo nos reserva junto ao Pai e junto à aqueles que se decidiram por assim viver…

“Transfigura-me Senhor e lembra-te de mim quando estiveres no paraíso.”

Agnaldo Fagundes- Consagrado

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